Depois de ter estado em evidência no dia de teste oficial
pós-GP da Catalunha, que ontem se realizou no circuito de Montmeló, os inúmeros
fãs do MotoGP, e especialmente da Suzuki, ficaram ainda mais surpreendidos com
a recusa da marca japonesa de regressar à competição em 2014 preferindo esperar
mais um ano.
Se a nova Suzuki “XRH1” – como o protótipo é atualmente
denominado – conseguiu na sua primeira aparição em público rodar a “apenas”
sete décimas do melhor tempo do teste, obtido por Jorge Lorenzo, mas mais do
que isso, tendo a moto permitido a Randy de Puniet rodar consistentemente em
tempos muitos semelhantes e competitivos sem mostrar qualquer problema técnico,
então quais as razões que levaram a Suzuki a alterar os planos de regressar em
2014?
Depois do primeiro dia de teste na Europa ter sido
classificado como um sucesso, o diretor do projeto de MotoGP da Suzuki, Satoru
Terada, acedeu a revelar as razões do adiamento. De acordo com este responsável
da Suzuki, o desafio que a marca enfrenta divide-se em duas partes.
O primeiro desafio que a Suzuki terá de ultrapassar é a
eletrónica que será instalada na XRH1. De momento a moto tem instalado o mesmo
sistema eletrónico que a marca usava na antiga GSV-R 800, fabricado pela
Mitsubishi com especificações “secretas” e únicas para a moto da Suzuki.
Dado que a Dorna alterou as regras neste particular,
obrigando as equipas de fábrica a utilizarem a eletrónica de controlo Magneti
Marelli a partir de 2014, a Suzuki tem ainda de conseguir “transplantar” os
seus parâmetros específicos e alterar esses parâmetros para que a sua moto
continue competitiva usando uma centralina “generalista”.
Este trabalho, de acordo com Satoru Terada, apenas começará
a ser feito no início do outono deste ano, o que inevitavelmente levará a que a
Suzuki não consiga garantir que a moto estará pronta a competir de igual para
igual no início de 2014. De realçar que a Suzuki ainda não escolheu
definitivamente qual a eletrónica a utilizar e, por isso, essa decisão acaba
por se refletir no segundo desafio que a marca tem de enfrentar neste regresso:
o consumo de combustível!
De acordo com as novas regras da Dorna, as equipas de
fábrica que pretendam, podem continuar a desenvolver a sua própria eletrónica –
a Yamaha e a Honda já disseram que o vão fazer -, mas em contrapartida vão
sofrer uma penalização ao nível do combustível que podem utilizar em corrida,
mais concretamente, a quantidade de combustível colocada nos depósitos das
motos.
Caso a Suzuki pretenda manter a eletrónica Mitsubishi, e
sendo uma equipa de fábrica, o seu protótipo apenas poderá levar em corrida um
máximo de 20 litros de combustível. Conseguir completar uma corrida de MotoGP
de 120 km pode ser uma “missão impossível”, inclusivamente a Yamaha já está a
encontrar muitas dificuldades para o fazer este ano utilizando 21 litros.
Aos jornalistas presentes em Montmeló, Terada afirmou que
“isto (consumo de combustível) é muito complicado para nós. Teremos de
trabalhar muito ao nível do consumo de combustível”, um desafio que a Suzuki
encara como sendo razão mais do que suficiente para adiar o seu regresso ao
MotoGP.
Fonte:
Motociclismo.pt
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