Mesmo em uma semana chuvosa na capital paulista e ainda por
cima reduzida por conta do feriadão de Corpus Christi, a Yamaha XT 1200Z Super
Ténéré não ficou parada, arranjando um “cliente” para seu guidão, um dos mais
disputados desde que iniciamos nossos “UM MÊS AO GUIDÃO” em janeiro passado. E
foi ele, nosso mecânico-colaborador Decino de Oliveira a levar a XT 1200Z a uma
curta mas reveladora viagem até o interior paulista, mais exatamente à cidade
de Louveira. Decino rodou menos de 200 km mas não foi este seu primeiro contato
com a XT 1200Z, claro, uma vez que além de ter entre seus clientes da oficina Moto-Hobby
alguns donos da aventureira japonesa, o colaborador participou da viagem-teste
da Super Ténéré com a Kawasaki Versys 1000 e a Honda XL 700V Transalp,
publicada na edição 198 de MOTO (junho/2011). Aliás, era esta mesma unidade por
sinal, e que agora já mostra mais de 22 mil km rodados.
A transmissão final por cardã: ponto alto
E é por aí que Decino começa, comentando a longevidade que
este modelo pode ter, se bem cuidado, claro: “essa quilometragem não é nada
para uma XT 1200Z, de motor grande, robusto, transmissão final por cardã
praticamente isenta de manutenção, um chassi forte e suspensões
superdimensionadas. Essa moto é daquelas que exigem muita malvadeza do dono
para dar problema. Sob este aspecto da resistência o trecho que fiz com ela é
insignificante. Fui e voltei à Louveira pela Via Anhanguera, rodovia bem
asfaltada e que no seu trecho próximo a São Paulo é bastante sinuosa, uma
delícia de encarar com uma moto boa de curva. E é o caso, pois a Super Ténéré
engole uma depois da outra, pedindo mais. Aliás, o acelerador é daqueles que
enganam, pois em um piscar de olhos se lê 180-190 km/h no velocímetro que,
juro, não se percebem. É uma moto sólida, grudada no chão.”
Faróis auxiliares e para-brisa, destaques.
Apesar de estar com um pneu dianteiro em vias de dizer
adeus, o colaborador exalta o comportamento preciso desta Yamaha. “A Super
Ténéré é uma moto que transmite segurança pela resposta do motor, dos freios e
da parte ciclística em geral. A posição de pilotagem para mim é das melhores e
minha acompanhante disse que essa é uma das motos mais confortáveis em que
andou. Os seja, se a idéia é uma moto para viajar, a Super Ténéré é uma
candidata ao pódio. Talvez pelo seu tamanho ela intimide quem não seja tão alto
ou não se considere muito hábil ou forte, mas eu acho que ela é fácil. Também
as manobras de garagem não são complicadas e eu, com o banco na posição mais
baixa, não tive nenhuma dificuldade com meu 1,70m. É claro que com tanque cheio
e bagagem manobrá-la ou rodar em baixa velocidade não é exatamente uma situação
que favoreça a tocada desta Yamaha, mas garanto que tem moto menor e mais leve
que é bem pior.”
Comando do aquecedor de manoplas: tosco.
E o que não agradou Decino? Pouca coisa, e nenhuma muito
importante: “Achei o barulho do motor feio assim como o motor de partida dá a
impressão que a bateria está descarregada e que a moto não vai pegar. Outra
cosa feia é o controle do aquecedor de manopla, que apesar de acessório
original parece um genérico comprado no camelô. Outro ponto questionável é o
farol, especialmente o alto, que deveria ser mais potente. Já do lado das
coisas muito positivas, adorei a bolha para-brisa e os defletores, que oferecem
enorme conforto e proteção. A iluminação oferecida pelos faróis auxiliares
também é ótima assim como as malas laterais e as bolsas dentro delas, uma idéia
ótima e que facilita a vida. No entanto o sistema de abre-fecha e do engate das
bolsas à moto, de plástico, estava duro demais e precisa de lubrificação. Feito
de plástico rígido, lama e chuva deixaram meio travado, difícil de operar.”
Dentro das malas há bolsas de cordura removíveis.
E quanto ao consumo, o que consegui Decino em seu trajeto 100%
rodoviário? “Consegui 16 km/l rodando com garupa e sem economizar o acelerador.
Acho a marca boa mesmo porque tenho o parâmetro de uma moto que tive,
concorrente da Super Ténéré, a Honda XL 1000V Varadero, que nesse tipo de uso
teria consumido o mesmo apesar de ter um motor menor.”
O depoimento de Decino é outro que comprova a eficiência da
maxitrail da Yamaha, e tem valor especial pois vem de um profissional da
oficina que considera também aspectos técnicos e de manutenção em suas
considerações. E das mãos dele a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré passou às mãos de
outro colaborador bem atento, e cujo depoimento você verá aqui amanha, não perca!
Continua - (será postado amanha)
Fonte: Revista M.
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