Na sexta parte do nosso teste de UM MÊS AO GUIDÃO, quem
assumiu o guidão da Super Ténéré foi o fotógrafo Gustavo Epifânio, que além da
paixão pela fotografia, é fã assumido das motos trail, sejam elas pequenas ou
grandes como a “Super”.
Dos 226 km rodados por Gustavo, 180 km foram em estrada e 46
na cidade. Em uma tranquila viagem a Indaiatuba, interior de São Paulo, nosso
fotógrafo alcançou a ótima média de consumo de 20,5 km/l, marca esta que é o
recorde da Super Ténéré desde o início da avaliação (a melhor marca anterior
era de 16,95 km/l). Qual a mágica? Gustavo explica: “O que ocasionou esse baixo
consumo foi a constância na aceleração. Mantive a velocidade sempre na casa dos
110 km e, além disso, fiquei atento ao
dosar de maneira gradual o acelerador. Tanto nas arrancadas quanto nas
retomadas usei o acelerador de modo progressivo”. Sem mistério: o colaborador
aplicou a receita clássica da economia, deixando o motor trabalhar de maneira a
suave, permitindo à moto ganhar velocidade abrindo o mínimo o comando do
acelerador, além de manter velocidade contida. Gustavo complementou: “apesar do
poder do motor de 1.200 cc da Super Ténéré
me permitir levá-la a mais de 200 km/h, gosto de viajar tranquilo, e
como não tinha um horário à cumprir decidi curtir o conforto que moto oferece
na estrada, sem estresse”.
Além da boa proteção contra o vento oferecida pelo
para-brisa – maior na unidade testada por se tratar de um acessório opcional –,
Gustavo teceu elogios ao painel de instrumentos, sobretudo a sua iluminação. “O
fato de na volta de Indaiatuba ter viajado durante o período noturno
possibilitou que eu notasse o quanto ele é legível e prático. Achei-o completo,
apenas senti falta de um botão junto ao punho de luz, para as funções do
computador de bordo, que informa o consumo instantâneo, e consumo médio e a
temperatura do líquido refrigerante e do ambiente.”
Graças a viagem noturna de Gustavo Epifanio, ele também pôde
avaliar o poder de iluminação da maxitrail da Yamaha. E ele foi mais um a
criticar a potência do farol duplo e elogiar os faróis auxiliares. “Se eu
tivesse um moto como essa também instalaria o par suplementar. Em alguns
momentos o farol original deixa a desejar.” E foi esta insatisfação com a
iluminação de uma moto que, em princípio, tem nas viagens sua especialidade que
fez Gustavo observar mais atentamente o conjunto ótico da Super Ténéré e…
bingo! Nosso atento fotógrafo descobriu que na proteção acrílica instalada pela
fábrica na unidade testada, há uma pequena, quase imperceptível, inscrição:
“for off-road use only”. Ou seja, a proteção é feita para uso específico em
fora de estrada, e portanto deve comprometer a eficiência do farol em situações
normais de uso. O quanto? Saberemos logo, pois ela será retirada para a fase
final do teste
Outro questionamento levantado por Gustavo Epifanio teve
como alvo o sistema que trava as malas laterais em seus encaixes. Segundo Gustavo o sistema é bem projetado e
funcional, mas a exposição à sujeira – chuva, fuligem, poeira ou terra – torna
o funcionamento das tais travas difícil de operar. Feitas de material plástico,
rígido, Gustavo considerou que se a moto for utilizada na terra ou lama o dono
terá problemas para acionar o mecanismo. Além disso, o revestimento exterior de
alumínio é frágil, fácil de amassar e riscar.
Sob a lateral esquerda está o radaidor
Gustavo, que pilota motos há mais de 25 anos, também chamou
atenção para o calor direcionado para a perna esquerda quando a ventoinha é
acionada. Segundo ele, o ar quente não foi causa de grande incômodo, já que
durante sua avaliação da maxitrail a temperatura ambiente não estava elevada,
mas a coisa pode mudar de figura em dias quentes ou em regiões com temperatura
altas.
O radiador é pequeno para um motor 1.200cc
Continua - (será postado amanha)
Fonte: Revista M.
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