segunda-feira, 10 de junho de 2013

Teste Yamaha XT 1200Z SUPER TÉNÉRÉ, um mês ao guidão - Parte 1




Fama não falta, nem carisma. A nossa “convidada” para este mês de convívio revelador é uma aventureira de grande envergadura, que povoa os sonhos de quem deseja passar da teoria à prática quando o tema é dar a volta ao mundo sobre o lombo de uma moto. Sim, a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré já é um mito sobre rodas mesmo tendo estreado no mercado mundial há apenas três anos (dois no Brasil). Qual a razão? Múltipla: é uma moto que carrega em suas entranhas um legado de aventura que poucas outras motos de sua categoria podem exibir. Herdeira da mãe de todas as trail modernas, a Yamaha XT 500 do final dos anos 70, a moto que temos agora nas mãos neste UM MÊS AO GUIDÃO é uma espécie de “nave-mãe”, que incorpora uma tecnologia invejável, quase que um catálogo do que a Yamaha dispõe atualmente. Há nela controle de tração em dois níveis assim como dois são os modos de gestão de potência do moderno bicilindro paralelo, que se não impressiona pela potência pura – 110 cv – o faz através de um majestoso torque de quase 12 quilos. Inova em termos de Yamaha a opção pela transmissão final por cardã, que alinha esta Super Ténéré à sua maior concorrente, a BMW R 1200 GS.

Par de discos dianteiros, sem opção para desligar o sistema ABS


Quanto à ciclística também não houve economia, com o robusto chassi tubular de aço acoplado a suspensões reguláveis de alto nível. Frenagem combinada com ABS e requintadas rodas raiadas adequadas à pneus radiais sem câmara completam a cena, que tem como moldura um belo aparato em termos de acessórios opcionais ou não: bolha para-brisa regulável é de série assim como os protetores de mãos e o banco do piloto ajustável em dois níveis de altura. Já o aquecedor de manoplas, as malas laterais de alumínio, os faróis auxiliares e as barras de proteção laterais são pagos à parte.




Considerando a envergadura dessa motocicleta, a estréia dela em nossas mãos não poderia ser morna. Sendo assim, um colaborador devorador de quilômetros foi chamado para cumprir o primeiro grande trecho com a Super Ténére, fazendo nada menos do que 1.509 quilômetros em um mero final de semana, rodando da capital de São Paulo até Santa Catarina, mais exatamente à cidade de Penha. Ciro Fonseca, que nos mais recentes UM MÊS AO GUIDÃO (BMW F 800 GS e Honda XL 700V Transalp) nos deu sua importante opinião, saiu de SP no sábado de manhã determinado a assitir a etapa brasileira do Mundial de Motocross no parque BETO CARRERO WORLD.


Nesse longo percurso percorrido sem garupa mas em companhia de outro parceiro ao guidão de uma Transalp, nosso colaborador teve chance de matar sua curiosidade sobre a Superténéré. Vejamos o que ele disse: “Sem medo de errar afirmo que esta moto é simplesmente fantástica. Apesar do tamanho imenso, é só engatar a 1º marcha e andar poucos metros para que ela nos faça esquecer dimensões e o peso avantajado, mais de 260 kg em ordem de marcha. A impressão depois de alguns minutos é de que estamos ao guidão de uma moto bem menor do que ela é. Favorece isso a altura do banco, que ajustei na posição mais baixa. O sistema que altera a altura do assento é simples, pois basta tirar o banco e remover uma espécie de moldura plástica que o deixa mais elevado, passando de 845 mm para 870 mm. Para mim, que tenho 1,70m, a Super Ténéré sem o espaçador ficou perfeita.”

Banco duplo, ajustável em altura.

Ao montar na Yamaha Ciro confessa mal ter tido tempo de observar detalhes, coisa que foi fazendo nas paradas do trajeto até Santa Catarina. No entanto imediatamente percebeu o elemento mais impactante deste modelo, o torque: ”O motor é uma caso a parte. Tem torque consistente e isso favorece manter velocidades elevadas sem nenhum esforço, e com pouquíssima vibração. Mesmo em 6ª marcha, na subida, ao acelerar ela imediatamente responde, poderosa, ignorante, não levando em consideração o significativo peso do conjunto. No meu caso, apesar de viajar só, carreguei as belas malas laterais até o limite. Um item que me chamou a atenção foi o câmbio que é muito suave e tem engates bem precisos, quase dispensando utilizar a embreagem a toda hora. Outro ponto alto são os freios, potentes e progressivos na medida certa, como aliás não poderia deixar de ser numa moto de peso tão elevado. Tanto acionar o freio dianteiro como o pedal implica em desaceleração segura e parar essa grande moto com muita facilidade. Só tenho uma pequena crítica à estética do conjunto de freio traseiro (disco e suporte da pinça), que poderia ter uma aparência melhor.”

Disco traseiro e o suporte da pinça.




Com tantos quilômetros percorridos, curvas não faltaram para experimentar a grande Yamaha, e Ciro gostou do que sentiu: ” A Super Ténéré é excepcional em curvas, de alta ou baixa. Notei algumas balançadas na dianteira quando exagerei um pouco, mas creio que bastaria atuar na regulagem da dianteira para melhorar este item. E além disso o pneu dianteiro não está no auge de sua vida, pelo contrário. Porém, na pressa de chegar acabei não mexendo em nenhuma regulagem. Um ponto positivo vem do fato de que o amortecedor traseiro tem um pomo de regulagem da mola muito acessível, coisa importante em uma moto com capacidade de carga tão elevada, e que pode variar muito pois basta tirar as malas laterais e deixá-las na garagem para o equilíbrio mudar.

O painel, simples, mas completo.


A moto que a Yamaha nos cedeu parece um catálogo dos opcionais possíveis de se comprar para este modelo. Tem bolha para-brisa mais alta, defletores laterais, protetor de farol, piscas de led, aquecedor de manoplas e faróis auxiliares, que por sinal ajudaram bastante, na volta domigo a noite, e com garoa ainda por cima. Ja os faróis normais são apenas isso mesmo, normais, principalmente o alto, e não condizem com uma motocicleta dessa categoria e que tem como endereço fixo as grandes viagens. Deveriam ser melhores. O painel é bem completo e legível, e as luzes espia das setas bem visíveis, coisa que não acontece na maioria das motos. Um ponto alto vem também dos sistema adotado nas malas laterais de alumínio, e que vem com bolsas de cordura dentro, personalizadas com o logotipo Super Ténéré. A praticidade é enorme pois basta abrir a mala de alumínio e sair levando tudo nessas bolsas, sem que seja necessário carregar a mala rígida. Na minha opinião essa moto tem um excelente acabamento, e gostei muito da pintura do motor, naquela cor muito exclusiva.”

A oportunidade de viajar em companhia deu a Ciro a chance de um breve comparativo: “Em um trecho da viagem pulei na Transalp para ter a ideia exata das diferenças que existem entre uma e outra. E realmente… que diferença! Gosto bastante da Transalp mas para grandes viagens não há como negar que a Super Ténéré está em um nível superior em tudo.  A vantagem do guidão alto e largo em conjunto com o banco que não é tão macio mas com uma grande área de apoio faz com que se possa variar o posicionamento conforme os vários tipos de tocada, e isso ajuda a não cansar. Na verdade o único real inconveniente da XT 1200Z é o consumo elevado, que faz com que a autonomia seja muito pequena, um incoveniente sério para uma moto dessa categoria e que tem um tanque de 23 litros. Em um trecho bem apressado, a média foi de 12,6 km/l, na volta, cansado e rodando na chuva, consegui a melhor média, 16,4 km/l.”



Continua - Parte 2 (será postada amanha)

Fonte: Revisa M.

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