Ciclística
Devido à pedaleira ser baixa e o guidão estar acima da mesa,
a posição de pilotagem da Ninja 300 fica na medida, o meio termo entre a
esportividade e o conforto. É possível andar com facilidade dentro da cidade e
também com bastante esportividade no estilo “racing” (inclinado). Porém, para
quem deseja rodar por muitos quilômetros com a moto, a viagem pode ser um pouco
cansativa.
Para se adequar as ruas do Brasil, que não são as melhores,
o conjunto de suspensão foi modificado e recebeu cursos mais longos que a
antecessora Ninja 250R, deixando a pilotagem ainda mais macia. Mesmo assim, nos
terrenos irregulares e acidentados é preciso tomar cuidado, embora a proposta
da Ninja 300 seja outra.
Seu propulsor de 300cc é capaz de gerar uma potência máxima
de 39 cv e torque de 2,8 kgfm a 10.000 rpm, números expressivos para uma
motocicleta de baixa cilindrada. Ao pilotar mantendo a rotação acima dos 10 mil
giros utilizando toda a potência do motor é fácil perceber a excelência do
conjunto, uma moto de fácil condução com respostas bem rápidas, uma verdadeira
miniesportiva.
O freio dianteiro da Ninja 300 possui apenas um disco de 290
mm, este em formato de margarida. Já na traseira há um disco de 220 mm com
pinça dupla, e este conjunto se mostrou bastante eficiente e resultou em
frenagens rápidas e precisas. Mas, para quem deseja optar pela versão ABS pode
“preparar o bolso” porque a diferença é de R$ 2 mil reais.
Na prática
Quando rodamos com a Ninja 300 podemos perceber rapidamente
o seu melhor desempenho em relação à antiga Ninja 250R. Agora com o motor maior
e mais potente podemos sentir as respostas mais rápidas a partir dos 5 mil
giros, já com o modelo anterior só era notado a partir dos 8 mil giros. Isso
favoreceu ainda mais o seu deslocamento no perímetro urbano, uma vez que não
precisamos ficar “enrolando o cabo” para conseguir melhor desempenho.
Andando com a nova ninja no dia a dia o consumo médio variou
entre 20 e 22 km por litro, dependendo da tocada. Este número impressiona, pois
mesmo tendo um motor maior é possível rodar um pouco mais do que a 250R, que
fazia uma marca entre 19 e 20 km/l. Com este consumo e com seu tanque de
combustível de 17 litros de capacidade, temos uma autonomia de mais de 360 km,
uma excelente marca.
Quando o assunto é velocidade, a Ninja 300 embora seja uma
moto de pequeno porte, responde muito bem ao giro do acelerador. Com muita
facilidade ela atinge os 120 km antes mesmo de engatar a quarta marcha, e
quando há necessidade de uma ultrapassagem, basta reduzir e manter o “motor cheio”
que ela te dá a resposta necessária para uma ultrapassagem segura.
Sempre mantendo o giro alto no motor, a velocidade máxima
que atingimos em local fechado foi de 183 km/h (velocidade indicada no painel).
Prazeroso para os ouvidos de quem gosta de velocidade, quando a rotação
ultrapassa os 9 mil rpm, o ronco do escapamento é bem diferenciado em relação
ao que emitia a Ninja 250R.
Custo Benefício
No mercado brasileiro, existe um grande crescimento da
categoria de pequenas esportivas. Se compararmos pelo preço, a pequena
esportiva da Kawasaki vai ser a mais cara com preço sugerido de R$ 17.990 para
versão standard e R$ 19.900 com ABS. Porém, se colocarmos cada uma lado a lado,
a história muda e quem deseja uma moto mais potente pode optar pela Ninja 300.
Mesmo sendo a mais potente da categoria e que apresentou um
melhor conjunto, a Ninja 300 poderia vir equipada com o indicador de marcha e
com um valor de mercado menor, uma vez que é produzida em Manaus. O preço
praticado nas concessionárias é o maior vilão desta pequena esportiva e com
certeza é o ponto negativo deste teste.
Porém, para quem deseja uma moto de entrada no mundo das
esportivas com bastante tecnologia e ótimos atributos em seu conjunto, com
certeza a Ninja 300 é uma moto ideal. Mas, para isso vai ser preciso querer
investir um pouco mais, pois no mercado há inúmeras opções de motos de maior
cilindrada por um preço um pouco maior e quem deve decidir isso é você!
Ficha Técnica
Motor 4 tempos, 2 cilindros paralelos, refrigeração líquida
Cilindrada 296 cc
Diâmetro x curso 62,0 x 49 mm
Taxa de compressão 10,6:1
Sistema de válvulas DOHC, 8 válvulas
Potência máxima 29 KW (39 CV) / 11.000 rpm
Torque máximo 27 N•m (2,8 kgf•m) / 10.000 rpm
Sistema de combustível Injeção eletrônica
Sistema de ignição Digital
Sistema de partida Partida elétrica
Sistema de lubrificação Lubrificação forçada (cárter úmido)
Transmissão 6 velocidades
Sistema de acionamento Corrente de transmissão
Sistema de embreagem Multidisco, em banho de óleo
Tipo de quadro Tubular em aço de alta elasticidade
Inclinação / Trail 27° / 93 mm
Suspensão dianteira Garfo telescópico de 37 mm
Suspensão traseira Uni-Trak com amortecedor a gás e com
pré-carga da mola ajustável em 5 níveis
Curso da suspensão dianteira 120 mm
Curso da suspensão traseira 132 mm
Pneu dianteiro 110/70-17M/C (54S)
Pneu traseiro 140/70-17M/C (66S)
Freio dianteiro Disco de 290 mm em formato margarida e pinça
de pistão duplo
Freio traseiro Disco de 220 mm em formato margarida e pinça
com pistão duplo
Ângulo de direção (esq. / dir.) 35° / 35°
Dimensões C x L x A 2.015 mm x 715 mm x 1.110 mm
Distância entre eixos 1.405 mm
Distância do solo 140 mm Altura do assento 785 mm
Capacidade do tanque 17 litros
Peso em ordem de marcha 172 kg / 174 kg (ABS)
Cores: Lime
Green, Ebony, Pearl White e Special Edition
Video:
Texto: Paulo S.
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