domingo, 17 de julho de 2011

KTM RC8 R


                                                       KTM RC8 R



A KTM está claramente apostada em vingar no seio das desportivas de estrada, estando a trabalhar há muito neste campo. A RC8R é o resultado desse constante desenvolvimento, um modelo que se baseia na totalidade sobre o modelo de pista lançado no ano de 2008, a RC8, mas com um motor mais potente e uma ciclística ainda mais aprimorada, algo difícil de conseguir dadas as qualidades do modelo precedente.


Ainda assim os técnicos da marca não quiseram deixar de cumprir com o lema da marca, “Ready to Race”, e prepararam esta versão “R” com um pouco mais de sal e pimenta. O trabalho fundamental foi feito em volta do motor, que subiu de cilindrada e passou a disponibilizar uma potência máxima de 170 cv. Além destas alterações, a KTM aproveitou para retocar o sistema de selecção da caixa de velocidades (algo que já foi feito em todas as RC8 até agora colocadas na estrada) para tornar este sistema mais preciso.


Desportiva mais vincada
No que respeita à ciclística, a RC8 base é um modelo que tem um nível de desenvolvimento bastante avançado, pelo que passar para a versão R não foi um processo fácil. Assim, a evolução neste campo foi algo limitada, sendo a grande diferença a troca de jantes. As unidades de dez braços da Marchesini, agora utilizadas, significam uma redução de mais de um quilo no peso da moto.
Na suspensão traseira este modelo vê o seu sistema de regulação de altura modificado, de forma a permitir uma maior amplitude de afinação. O amortecedor que agora é utilizado é um WP 4014, uma unidade que, com o seu revestimento de baixa fricção TiAIN, suporta sem dificuldades as mais duras utilizações em pista. A forquilha dianteira, uma unidade de 43 invertida, também provém da WP e tem as barras revestidas no mesmo material anti-fricção do amortecedor. As mesas inferiores passaram a ter três pontos de fixação. Na travagem a única alteração efectuada prende-se com o aumento de 0,5 mm na espessura dos discos, que garante a manutenção de uma temperatura mais constante em pista.


Com a RC8R a KTM aproxima-se mais de quem procura uma moto pronta para rodar em pista, servindo-os com um kit de competição bastante completo e que garante um apreciável incremento de prestações, ao levar este motor até aos 180 cv. O Club Race Kit é composto de vários tipos de elementos em que se incluem um escape completo da Akrapovic, marca que desenvolveu a unidade de origem.
De origem, a RC8R vem já com alguns elementos que se podem alterar para conseguir um comportamento ainda mais aguerrido para pista, como é o caso do punho do acelerador que pode ser trocado por um mais de acção mais directa, operação simples e que demora cerca de cinco minutos a concretizar
.



De volta a Portimão


A apresentação da RC8R foi levada a cabo no Autódromo Internacional do Algarve, na qual esperávamos ir encontrar as normais condições meteorológicas da região. Mas para não variar muito do que se passou todo o mês, este trabalho decorreu novamente debaixo de chuva, e só a temperatura mais amena, ainda assim baixa, do Algarve, salvou duas sessões ao final do dia. Três horas sem chuva e um pouco de sol ajudaram a que a pista secasse o suficiente para que pudesse rodar um pouco mais rápido nas derradeiras saídas, mas já lá vamos.
Quando nos sentamos na RC8R temos a imediata certeza de que esta é uma moto pensada e desenhada para a pista. A versão “R”, que agora é apresentada, pouco mais acrescenta a esta sensação que já vinha do modelo base, para lá da pintura mais aguerrida. A posição de condução coloca o tronco bastante alto, com um assento que nos faz debruçar sobre a frente. Os avanços não estão demasiado baixos e têm uma boa abertura, dando-nos um bom domínio da direcção.




Assim abordada, esta moto impõe algum respeito e dela fica-se à espera de um comportamento exigente no campo da pilotagem. A sua frente aprecia, de facto, uma condução precisa, na verdade vai para onde a apontemos. Contudo, surpreende o facto de reagir com grande naturalidade a correcções de trajectória sem hesitações dentro da curva, mantendo sempre um comportamento equilibrado. É uma moto cuja geometria coloca um forte apoio sobre a frente, e a traseira oferece uma excelente tracção, com muita informação. No final do dia a pista acabou por secar quase na totalidade e já se pôde utilizar a RC8R de forma bem mais forte. A frente é um dos pontos mais curiosos desta moto, já que se pode confiar fortemente na entrada, pois esta parece colada ao chão, e manter uma elevada velocidade em curva. Contudo, assim que se chega ao ponto de saída e se reacelera, a frente fica leve e tende a abanar um pouco.



O motor

Uma das grandes diferenças que se notam no motor é a forma solta com que sobe de rotação, sem inércia, quase como um dois tempos. O tacto do acelerador é brutalmente directo (utilizámos o acelerador mais rápido), mas o que tem de directo tem de preciso.




A personalidade desta unidade mantém-se muito linear, tal como acontecia com o modelo base, mas sente-se que empurra sempre de forma muito intensa. É escusado levá-lo até rotações demasiado elevadas, já que ele gosta mesmo é que se usem os médios regimes, além de cortar de forma brutal quando se excede a rotação.

A caixa de velocidades apresentou um tacto excelente e com uma elevada precisão de engrenagem, algo que é uma grande melhoria face ao passado. A travagem é muito boa, com uma grande potência e um tacto cheio da manete, mas sempre muito progressiva na forma como “morde”. Com um preço que irá passar um pouco os 20.000 euros, a RC8R é uma boa evolução face ao modelo base, com um motor ainda mais vivo e com um carácter um pouco mais vincado.

Ficha técnica: 
Motor 
 Tipo: 4T, bicilíndrico, refrigeração por líquido
 Distribuição: 4 válvulas por cilindro
 Cilindrada: 1195 cc
 Diâmetro x curso: 105 x 69 mm
 Potência declarada: 170 cv/10250 rpm
 Binário declarado: 12,5 kgm /8000 rpm
 Ignição: electrónica digital
 Alimentação: injecção electrónica Keihin de 52 mm
 Arranque:  eléctrico
 Embraiagem: multidisco em óleo
 Caixa: seis velocidades
 Transm. secundária: por corrente
Ciclística 
 Quadro: estrutura tubular em aço
 Suspensão dianteira: forquilha inv. WP de 43 mm, com 120 mm de curso, totalmente reg.
 Suspensão traseira: mono-amortecedor progressivo, com 134 mm de curso, totalmente reg.
 Travão dianteiro: 2 discos de 320 mm, pinça radiais Brembo monoboloco de 4 pistões
 Travão traseiro: disco de 220 mm, pinça pistão simples
 Roda dianteira: 120/70-17”
 Roda traseira: 190/55-17”
Peso e dimensões 
 Distância entre eixos:  1425 mm
 Altura do assento: 805/825 mm
 Cap. do depósito: 16,5 lt
 Peso a seco: 182 kg

Fonte: http://www.motociclismo.pt

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